
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) já definiu o lote de cidades e estádios a incluir na candidatura ibérica à organização do Mundial de 2018. Os estádios de Braga, Porto (Dragão), Lisboa (Luz e Alvalade) e Algarve são os locais escolhidos, dos quais dois necessitam de obras de ampliação, para cumprirem o requisito da lotação mínima exigida pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), que é de 44 mil lugares.
Dos dez estádios construídos para o Euro 2004, apenas três (Luz, Alvalade e Dragão) cumprem esse requisito e, por essa razão, "seriam sempre opção", sublinhou Onofre Costa, porta-voz da FPF e director de comunicação da candidatura portuguesa. Isto porque há um compromisso do lado português - "investimentos mínimos em estádios".
Já Braga e Algarve entram no lote porque "houve por parte daqueles uma manifestação de interesse em participar no projecto", explicou o mesmo responsável ao PÚBLICO. Ambos terão, porém, de sofrer ampliações (ver coluna ao lado). Os anteprojectos de ampliação terão de ser entregues até ao fim do mês de Novembro, segundo o calendário referido pela FPF, num ofício enviado à Câmara de Braga, a única a ser contactada por escrito.
De fora ficam, assim, os outros cinco estádios construídos para o Euro 2004: Guimarães, Bessa, Aveiro, Coimbra e Leiria. Nenhum destes municípios demonstrou interesse, e nenhum foi sondado pela FPF, segundo disseram responsáveis das diferentes autarquias ao PÚBLICO. Onofre Costa explicou, por seu lado, que a FPF "falou com aquelas que, numa fase inicial, mostraram interesse".
O presidente da Câmara de Loulé e actual líder da sociedade gestora do estádio do Algarve, Seruca Emídio, confirmou que a FPF contactou "informalmente" os responsáveis algarvios, no sentido de aquela infra-estrutura integrar a candidatura luso-espanhola. A sugestão, disse o autarca, foi "recebida com agrado", mas uma coisa ficou clara: "As câmaras - Loulé e Faro [responsáveis pela gestão da infra-estrutura desportiva] - não estão em condições de suportar financeiramente as obras de adaptação". O autarca espera, no entanto, que seja possível encontrar "uma engenharia financeira para que o Algarve não fique fora do Mundial".
"Já foram dadas indicações para contactar o autor do projecto do estádio a fim de avaliar as necessárias adaptações", adiantou o autarca, salientando que as bancadas norte e sul são "provisórias" e que está prevista a construção de um hotel para estágios nesse local. Um investimento que poderia "contribuir para a operação financeira a realizar".
Quanto ao estádio de Braga, a solução deve passar pela colocação de uma bancada amovível. Porém, o município bracarense "aguarda pelo fim das férias para estudar a melhor solução com o arquitecto", referiu João Paulo Mesquita, assessor da autarquia presidida por Mesquita Machado, ex-presidente da Assembleia Geral da FPF, que foi a primeira entidade a oficializar o seu interesse na candidatura, por decisão camarária aprovada na última quinta-feira.
Do lado espanhol, segundo a FPF, há 23 estádios interessados. As duas federações terão de se entender sobre os dez a 12 a incluir na candidatura ibérica. Na melhor das hipóteses, haverá cinco portugueses.
in: Público
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